segunda-feira, outubro 24, 2005

xampu mata, mas 38 mata mais

Dia desses estava eu tomando banho e como minha compulsão por leitura não me dá trégua, entre uma ensaboada e outra, me pus a ler o rótulo do xampu. Coisa corriqueira e que já fiz milhões de vezes assim como, tenho certeza, os meus amigos e (possíveis, mas improváveis) leitores também já fizeram.
Não sei porque cargas d`água dessa vez fui surpreendida, entre os vários avisos e compostos químicos, pela seguinte frase imperativa: "Não ingerir". Cheguei a ficar ligeiramente indignada. Ora, será que era uma ofensa pessoal? As pessoas que usam aquela marca de xampu não sabem pra que diabos serve um xampu? Corri para o outro pote, de outra marca, e lá estava novamente a ordem infâme: "Não ingerir". É um aviso padrão, claro. Algo obrigado pela legislação brasileira. Uma dessas coisas que se não estiverem no rótulo, a gente pode dar uma processada básica na empresa.
Mas, qual a REAL finalidade do aviso? Quem usa um xampu sabe, com certeza, que não se deve ingerir, que é uma coisa pra passar no pêlo, que é um detergente, bla, bla, bla. Ou seja, só vejo duas possibilidades de alguém dar uma golada no produto (Excetuando as crianças. Essas não valem, porque existe um outro aviso dizendo: "manter longe do alcance das crianças"). A primeira é: o consumidor não sabe o que tá escrito no rótulo, não sabe conseqüentemente do que se trata o produto. Pode ser que não entenda uma palavra de português ou que seja analfabeto. Nesse caso o aviso é inútil, já que o usuário também não vai entender. A outra possibilidade é a ingestão totalmente proposital. Uma tentativa de suicídio original, morrer de overdose de xampu. Nesse caso o aviso também é ridículo, já que só vai aumentar a vontade do suicida em dar uma bebidinha.
Enfim, não sei se eu tô ficando cada vez mais rabugenta e intolerante, ou reina uma burrice galopante por aí. Só imagino os deputados quebrando a cabeça pra elaborarem essas leis, obrigando as empresas a manterem essas ordens, no mínimo ridículas, enquanto a venda de armas, por exemplo, continua liberada. E duvido muito que, na compra de um 38, venha escrito no rótulo: "o uso desse produto pode causar morte instantânea".

segunda-feira, outubro 17, 2005

falando de amor

"Portanto, repito: na janela, entre as begônias, está o rosto de Zdena com um nariz enorme e Mirek sente um imenso amor.
É possível?
É. E porque não? Um rapaz fraco não pode sentir um amor verdadeiro por uma moça feia?
Ele lhe contava que tinha se revoltado contra o pai reacionário, ela insultava os intelectuais, eles tinham bolhas nas nádegas e davam-se as mãos. Iam às reuniões, denunciavam seus concidadãos, mentiam e se amavam. Ela chorava a morte de Masturbov, ele gemia como um cachorro sobre seu corpo e eles não podiam viver um sem o outro."

(O livro do riso e do esquecimento - Milan Kundera)

segunda-feira, outubro 10, 2005

desculpas esfarrapadas

Ok. Eu disse que estava de volta no último post. E ainda disse que "em grande estilo". Mas lá se vai um puta hiato de mil dias sem escrever.
Isso, tenho que esclarecer, não é de todo verdade. Tenho escrito uma coisinha aqui, outra ali. Sei que nada publicado por aqui. Mas juro, assim, juro por deus, que tenho um monte de coisas nos rascunhos, (quase) prontas pra serem publicadas.
Faltou tempo. Faltou motivação. Mas tô voltando. Dentro em breve será um absurdo de novidades que deixará malandro de queixo caído.
Leitores amigos e amigos leitores, vocês não perdem por esperar.
Quem viver, verá.