segunda-feira, julho 24, 2006

desvantagens do clube do assinante do o globo

Aqui em casa temos o hábito bem carioca, segundo recente pesquisa, de ler jornal todos os dias. Parece que o carioca é o brasileiro que mais lê jornal no país. E, como a grande maioria e por falta total de opções, lemos o Jornal O Globo. Às vezes damos uma namorada, mesmo que tímida e discreta, com o novo JB. Mas confesso ainda uma certa desconfiança nesse novo formato, principalmente quando lembro do JB da minha infância, de leitura obrigatória lá em casa, pelo menos aos domingos.
Bem, pra facilitar a vida de leitor diário, somos assinantes do O Globo. E, salvo um dia ou outro de dor de barriga do Globinho, nunca ficamos sem jornal e este sempre chega quentinho e embrulhadinho aqui no prédio. Mas ser assinante do Jornal O Globo envolve ainda uma série de vantagens do tal Clube do Assinante que, infelizmente, nunca usufruimos. Na verdade, apesar da assinatura já existir há mais de um ano e dos constantes telefonemas à central de atendimento, só recebemos nossos exclusivos e intransferíveis cartões de vantagens há pouquíssimos dias. Não deixou de ser uma vitória.
Mas a alegria durou pouco. Diria durou quase nada. Tomzinho, o assinante titular, pediu um cartão adicional pra mim, sua esposa de papel passado e sobrenome na identidade. O resultado de tantas exigências e informações pedidas foi, claro, um sururu na zona. Muito difícil enviar um cartão (imagina, demoraram mais de um ano!). Dois cartões, com nome e sobrenome?? Isso é algo que deixa cérebros menos favorecidos, no mínimo, confusos e com certeza exaustos!! O resultado foi o seguinte:

Só pra esclarecer os, digamos, desagradáveis "errinhos", o sobrenome do meu querido maridinho é Moore e não Noore. Mas é um erro passível de acontecer. Afinal sempre podem-se confundir alhos com bugalhos. Rifles de caçar rolinha com bifes de caçarolinha. Normalíssimo. Mas o que dizer do meu cartão? Se sou sua esposa, com mesmo sobrenome, o mínimo que esperávamos era um erro semelhante. Sra. Noore, ao invés de Moore. Porém acho que o recentimento tomou conta desse ser ignóbil que anotava o pedido e, não satisfeito em escrever meu nome com um acento terrível e sem meu "H" metido (Débora... irchhh... ao invés de Deborah), resolveu me jogar uma praga, um feitiço (toc toc toc, isola!!). Ou ainda, quis fazer um terrorismo psicológico. Ou pior, por total despreparo e burrice escreveu: Débora C. F. MORRE. (???!?!?) Será que por ser tão exigente e querer que nosso direitos de consumidor e cliente "especial" sejam respeitados eu mereço morrer?? E devidamente registrado em cartão?
Enfim, levei (mais ou menos) a coisa com bom humor. Afinal de contas não acredito mesmo em pragas e maldições (será mesmo que não acredito...?). Mas num país de crendices e supertições, eu bem que poderia processar o Jornal O Globo. Eu bem que poderia não querer ir mais ao Cristo com medo de seqüestros relâmpagos nas Paineiras. Eu bem que poderia ficar com medo da violência e de ser efetivamente assaltada no Rio. Eu bem que poderia ficar com medo de balas perdidas e ataques terroristas a ônibus (coisas que só acontecem em São Paulo agora). Eu bem que poderia ficar com medo de ser atropelada por um motorista bêbado homicida nas ruas da cidade. Mas como sou uma pessoa muito sensata e razoável, não tenho medo de nada disso e continuo vivendo por aí, me divertindo e amando a cidade.
Agora, é claro que vou ligar pra tal Central de Atendimento ao Cliente pra pedir um novo cartão que, apesar da tranqüilidade e das delícias da vida carioca, não convém facilitar com os deuses. No creo en las brujas, pero que hay hay.

1 Comments:

Blogger marcelo said...

das duas, uma: ou os empregados do globo são analfabetos de desenhar "o" com copo, ou eles devem chegar no ecritório e perguntarem uns aos outros: "diz aí, quem a gente vai sacanear hoje?"

"nóis é pobre, mas se diverte!"

5:27 PM  

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