quinta-feira, junho 09, 2005

falso brilhante

Respondo com evasivas.
Penso em negativas.
Fujo, enrolo, dobro a esquina.
Não te quero. Não te amo.
Subterfúgios e disfarces, falsos cabelos.
Falsos sentimentos e palavras.
O telfone toca e suo e tremo e enjoô.
Não posso te querer. Não posso te amar.
O encontro está aí, me nego a ver.
Atraso, pego o ônibus errado, minto.
Me perco em ruas desertas.
Corro perigos reais e imaginários.
A porta se abre. Um sorriso aparece.
E por que mesmo eu não queria?
O quê mesmo eu não queria?
Me entrego toda, me abandono, me ridicularizo.
Me embolo em suspiros e prazeres.
Borro os medos, desfoco as questões.
Te quero. Te amo.
Mesmo sem poder.
Mesmo sem querer.