terça-feira, fevereiro 07, 2006

continuação da fase hipocondríaca ou de como pode-se ter tantos problemas de saúde ao mesmo tempo (do "Trompe l`oeil... parece aquele, mas não é")

Ok, já um tempinho sem escrever. De novo. Mas isso tem justificativa, as velhas e novas mazelas do meu dia-a-dia. E leia-se mazelas do corpo e da mente.

Explico-me: eu tava com aquele "probleminha" de mais de um mês de sinusite, lembram? Pois bem, remédios comprados e remédios sendo tomados. Melhora? Graças a deus sim, a meleca mudou de cor (sei que é um assunto desagradável de se tocar, mas tenho um compromisso com a verdade e com o real esclarecimento... logo a cor muda tudo e tem que ser levada em conta), o nariz desentupiu sensivelmente, a dor de cabeça zerou. Mas, surpresa, basta uma irritaçãozinha, um aborrecimento sem importância e ploft!! o nariz entope automaticamente e "gomeço a valar assim, gomo se divesse um bregador do dariz" (tradução rápida: "começo a falar assim, como se tivesse um pregador no nariz").

Bom, o problema é que preocupações, aborrecimentos e irritações não faltam na vida de ninguém, principalmente na minha durante esses dias. Tomzinho viaja depois de amanhã (dia 09/02) e só volta dos esteites no dia 1º de março... além disso eu tinha que, obrigatoriamente, extrair um siso hoje, o que acabei fazendo com louvor, mas até fazer... foi uma lenda.

A verdade é que eu cheguei até a rezar pra cair uma bomba na rua do Rosário, derrubando prédio e consultório do dentista, só pra eu não precisar ir e não precisar desmarcar, afinal eu já tinha desmarcado antes com desculpa da sinusite. Como eu poderia respirar com alguém mexendo na minha boca e o nariz entupido? Pois é, dessa vez não dava pra usar esse mesmo argumento. Além disso, meus princípios de honestidade (eu tenho isso, é um caso sério) me impediam de ser cara-de-pau mais uma vez e fugir correndo Rio Branco abaixo... não dava. Claro que, aliado à decência da minha personalidade, à minha vontade de fazer tudo correto e a um superego que pentelha meu juízo dizendo o que eu devo ou não fazer, existe o Tom, esse cara que eu amo, que tem 1.80m de altura e que pega no meu pé pra valer!! Eu não poderia não ir ao dentista simplesmente porque ele não deixaria isso...

Conclusão, tomei um rivotril de 0.5 (um ansiolíticozinho básico), um copo d`água no consultório, uma dúzia de anestesias (sentir dor nem fodendo) e mandei: arranca aí!! Ele arrancou. Tirou siso, tirou raiz, tirou litros de sangue, deu ponto e os cambal. Depois de tudo isso, só pra rebater, tomei um dorflex ainda no consultório e outro depois em casa. Confesso que depois de um período chato de sangramento em casa e de um pouco de dor, já me sinto ótima, quase esquecendo que passei praticamente por uma cirurgia hoje.

O chato é que até amanhã só posso comer coisas frias, líquidas ou pastosas, o que me deixou com uma gama bem pequena de opções e com uma fome de ante-ontem. Acabei passando numa farmácia e comprando duas sopinhas de bebê néstle. Agora à noite me dei ao luxo e ao prazer de ir até o Bob`s e encarar um milquecheique de ovomaltine. De meio litro, claro. Me senti vingada. Vingada do dente, vingada do dentista, vingada dessas chateações que a gente mesmo cria no nosso dia-a-dia. Me senti vingada, principalmente, da minha balança. Passei por ela no banheiro e contra todos os meus princípios e vícios não subi. Só soltei uma gargalhada sonora e debochada pra ela.