domingo, setembro 25, 2005

água mole em teclado duro tanto bate até que estraga

A água é um líquido santo, que hidrata, fertiliza, refresca o clima, a alma, faz bem para os olhos quando estamos frente ao mar. Mas, como tudo na natureza, pode ter uma força destrutiva. Vide as grandes enchentes ocasionadas pelos furacões nos Estados Unidos. O último temporal aqui no Rio, de dois dias atrás se não me engano, também fez dos seus estragos. Barreiras caídas na Favela Dona Marta, ruas cheias, carros enguiçados e engarrafamentos quilométricos.
Em casa tivemos também um acidente devastador. Eu, boa amiga, namorada, esposa (?), levei um copo d'água para Tomzinho. Com gás, diga-se de passagem. E, bem na hora em que estava descarregando as fotos de um dia delicioso, eis que o braço de Tomzinho esbarra no copo e esse, quase em câmera lenta, vira entornando todo o líquido precioso em cima do teclado. Teclado para Machintosh. Teclado para porta USB. Teclado que não vende na Casa e Vídeo.
Isso aconteceu ontem. O teclado ainda nos pregou uma peça, funcionando bem à noite, depois travando a tecla de espaço. Agora parou. Nada mais funciona. Conclusão: estamos sem internet (porque não dá pra se logar), não podemos escrever e-mails, baixar fotos, nada nada.
Já corremos mundo nesse domingo atrás de um teclado, na esperança de voltarmos à nossa vidinha normal. Até achamos algo que podia funcionar, mas com preços bem acima do esperado, praticamente proibitivos. Duzentas pratas. Ainda existe a esperança do Edifício Avenida Central amanhã.
No momento, escrevendo do computador de CDM, só me resta filosofar. Filosofar sobre a força da água, vital e destruidora a um só tempo, filosafar sobre os grandes (e pequenos) imprevistos da vida, filosofar como dois seres humanos podem ser tão dependentes de uma máquina. E lembrar, que mesmo contra nossas vontades, um braço pode estar no meio do caminho, e entornar o caldo, travar vidas e teclados, impossibilitar conexões sentimentais e virtuais, fazer reiniciar máquinas e pensamentos. E sem que ninguém seja realmente culpado por isso. São simplesmente obras do acaso, de coincidências. Ou do grande, mal e vingativo Deus Cibernético.