sábado, maio 14, 2005

divagações fisiológicas

Às vezes me pego pensando na falta de sentido de fazer tudo igual. Dormir, acordar, comer, cagar. Tudo mecânico. Tudo igual.
Já pensou que toda a população dorme quase ao mesmo tempo? Que temos um móvel específico em casa pra nos esticarmos e fecharmos os olhos por uma boa quantidade de horas? Ali, parados, fazendo nada, só cumprindo o que o corpo manda. Cumprindo a nossa obrigação fisiológica de dormir. Igual a todos os outros animais.
E comer? Preparamos a comida, nos deliciamos com almoços e jantares e tudo pode virar um acontecimento social. Mas, na verdade, poderíamos viver de ração. Uma ração balanceada, como fazemos com cães e gatos, onde ingeríssemos o combustível necessário pra continuar vivendo. Uma obrigação só.
As necessidades fisiológicas (defecar e urinar) mereceríam um capítulo à parte. Todo mundo caga, todo mundo mija, temos um ambiente dentro de casa pra fazer isso (olha que evolução, saímos do matinho!), mas sempre existe um pudor pra se falar no assunto... "eu vou ao toilete", "posso usar o seu banheiro?". Mas qual a diferença para os outros animais afinal? Nenhuma, fazemos tudo igualzinho e os felizardos (como eu) têm até horário certo! Como uma máquina, cronometrado.
Sei que essas reflexões provavelmente não vão me levar a nada. Vou continuar dormindo, comendo, cagando. Mas me fazem pensar que somos (ou sou) bastante arrogantes, nos sentindo assim seres pensantes, especiais. No fim das contas a vida é essa mesmo. Muito simples. Muito mecânica. Talvez complique justamente por termos um banheiro, por participarmos de almoços e jantares. E por termos uma boa e confortável cama pra dormir.