segunda-feira, maio 09, 2005

análise 2

Talvez o primeiro grande passo para a cura da loucura seja o reconhecimento da mesma. Essa é a minha esperança, senão não justificaria o sofrimento, a tortura de descobrir certas coisas.
Não me considero (ainda) complatamente louca. Mas já enxerguei um pouquinho dessa necessidade enorme de manter tudo sob controle. Ainda não sei bem porque preciso disso, mas ajo assim.
E é por isso, com certeza, que passo tantas e tantas horas na frente da internet, gastando tempo e energia em relacionamentos e amizades que muito provavelmente nunca passarão do virtual. Explicando, aqui nessa atmosfera controlada, meu poder de decisão, de manipulação é muito grande. Sei o que falar, sei como agir, sei catalogar os comportamentos das pessoas. E identifico muito bem a diferença entre uma conversa real de uma fantasiosa. São anos de prática, foram anos de estudo. E mesmo quando alguma surpresa ocorre, está dentro de um limite de possibilidades. Acabam não sendo tão surpresas assim. Quando as coisas começam a ultrapassar o virtual, os sentimenots passam a ser reais e as surpresas passam a ser realmente inesperadas... pimba!! bloqueio e pronto!
É claro que já tive algumas migrações de relação virtual para real, mas inevitavelmente sofri. E muito. O medo aumenta com isso... a necessidade de controle também.
Mas o "bloqueio" sempre vira contra mim. Quando bloqueio alguém, estou na verdade bloqueando meus sentimentos, travando qualquer possibilidade de evolução, de envolvimento, de crescimento... de relacionamento.
Existem excessões, mas são raríssimas. E são essas mesmas excessões que me dão medo, pavor até. Mas, como estou tentando, estou enxergando um cadinho a frente dos olhos, quero deixar fluir... quero não ter controle, quero ser surpreendida... só espero que a surpresa não seja a esperada: mais sofrimento.