terça-feira, maio 03, 2005

eu

Pensam que me controlam.
Pensam que me possuem.
Alguém chegou mesmo a isso?
Ou fingi que sim?
Fingi que deixava?
Às vezes não me importo.
Às vezes até gosto.
Quase sempre me irrita.
Essa prepotência.
Essa necessidade de saber.
De ver e ouvir.
Como assim eu não posso?
Como assim eu não devo?
Sou o que sou.
Sou o que penso.
Faço o que quero.
Não me venham com "ridículos" e "censuráveis".
Não mesmo.Não aceito seus padrões.
Não aceito suas verdades incondicionais.
Não aceito suas algemas.
Repudio os antolhos, não aceito rédeas.
Tomo os chicotes. Queimo-os todos.
Contradizo suas lógicas de viés.
O paraíso para o mártir.
Não sou mártir.
Quero o paraíso agora, aqui.
O presente é o que de fato há.
O futuro não passa de uma ilusão.
O futuro não existe.
O futuro real é a morte.
E quero a vida.
A vida é o agora, a vida é minha.
Sou quente, pulsante, vibrante, latejante.
A vida é o agora, a vida são beijos.
Como uma tigreza, afio as unhas e me agarro à vida.
Que ninguém venha me tirar dela.
Que ninguém me faça abdicar dela.
Que ninguém venha me anular nela.
Não dou, não empresto.
No máximo, se for muito merecedor, compartilho.