sexta-feira, abril 22, 2005

parênteses de ódio

Eu odeio marimbondos, odeio elevadores que não funcionam, odeio batidas na porta às 8 da manhã. Odeio falta de educação, gente que cospe ao falar, odeio ser controlada. Odeio trepadas rápidas, odeio qualquer coisa feita de manga. Odeio canto de unha inflamado, odeio chuva que inunda o quarto, odeio quando o computador reinicia sozinho. Odeio quando não me escutam, odeio falar com as paredes. Odeio ser invisível. Odeio carros na oficina. Odeio quando se atrasam assim como odeio dar desculpas por estar atrasada. Odeio fila de banco, fila de mercado, fila de boite, fila de namorados. Odeio meias palavras, odeio funk, odeio pessoas violentas. Odeio baratas e afins, odeio fazer dieta, odeio o tom arroxeado dos vidros do meu quarto. Odeio ser baixinha, odeio a Gisele Bunchen, odeio locadoras de vídeo. Odeio pisar em cocô, odeio pena, odeio culpa. Odeio TPM, odeio patricinhas, odeio mauricinhos, odeio samba ruim. Odeio falar falar e não dizer nada. Odeio ouvir ouvir e não aprender nada. Odeio quando o pão cai com a manteiga pra baixo. Odeio ter que gostar, ter que aceitar, ter que calar, ter que falar, ter que entender, ter que amar. Acho que me odeio.